MPF-CE quer aprofundar inquérito que indiciou dois por vazamento no Enem
O procurador da república no Ceará Oscar Costa Filho requisitou nesta sexta-feira (20) o aprofundamento das investigações da Polícia Federal que aponta o crime de estelionato no vazamento de 14 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As questões foram antecipadas em material didático do colégio Christus, de Fortaleza. O advogado da escola nega participação dos funcionários no vazamento.
“O inquérito trata como um problema local, ao indiciar dois professores, um problema nacional, que é uma falha do Enem em assegurar a integridade da prova”, diz o procurador. Para Oscar Costa Filho, a execução do Enem requer cuidados no âmbito nacional para evitar vazamentos.
O inquérito da Polícia Federal indiciou dois funcionários da escola Christus pelo vazamento das questões. Um deles é professor da escola. De acordo com alunos do colégio, o professor distribuiu o material didático uma semana antes da realização da prova do Enem, em outubro de 2010.Oscar Costa Filho espera que com o aprofundamento do inquérito, a Polícia Federel detecte falhas na execução da prova.
O advogado da escola e dos funcionários indiciados, Sérgio Rebouças, diz que os clientes não têm qualquer participação no vazamento e alega que as questões estavam no banco de dados do Christus. Uma das hipóteses para a semelhança das questões, de acordo com o advogado, é a de que as questões chegaram ao banco de dados da escola após o pré-teste.
O pré-teste é realizado um ano antes da prova do Enem para avaliar o nível das questões, e repete, inclusive, perguntas no exame final. O Christus foi uma das escolas do Brasil escolhida para realizar o pré-teste em setembro de 2010.
Entenda o caso
No dia 26 de outubro, alunos do colégio Christus confirmaram ter recebido um material em que continha questões idênticas ou parecidas com as que haviam caído no Enem. Segundo a escola, as questões fariam parte de um banco de perguntas que o colégio recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados. O MEC constatou que a escola distribuiu os cadernos nas semanas anteriores ao exame, com questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas no sábado (22) e domingo (23) e, no próprio dia 26, cancelou as provas feitas pelos 639 alunos do colégio.
No dia 26 de outubro, alunos do colégio Christus confirmaram ter recebido um material em que continha questões idênticas ou parecidas com as que haviam caído no Enem. Segundo a escola, as questões fariam parte de um banco de perguntas que o colégio recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados. O MEC constatou que a escola distribuiu os cadernos nas semanas anteriores ao exame, com questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas no sábado (22) e domingo (23) e, no próprio dia 26, cancelou as provas feitas pelos 639 alunos do colégio.
O ministério chegou a determinar que os alunos do Christus refizessem o Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame foi aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas.
O Ministério Público Federal do Ceará, porém, entrou com uma ação judicial para anular o Enem 2011 para todo o país, ou pelo menos as questões antecipadas. A Justiça Federal no Ceará optou por anular 13 questões para todos os mais de 4 milhões de estudantes que fizeram as provas. O MEC recorreu da decisão no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife.
O desembargador do TRF-5, Paulo Roberto de Oliveira Lima, aceitou os argumentos do MEC. A decisão em segunda instância determinou a anulação de 14 questões apenas para os alunos do Colégio Christus.
No dia 16 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) decidiu manter a decisão de anular as 14 questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para 639 alunos do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Christus, negando o recurso protocolado pelo Ministério Público Federal do Ceará.
Fonte: G1
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